No seu segundo dia, expedição da RILA também testou primeiro trecho pavimentado no Paraguai do corredor.
Por Anderson Viegas, g1 MS
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Obra da ponte sobre o rio Paraguai, entre Carmelo Peralta, no Paraguai e Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul — Foto: Anderson Viegas/g1 MS
De Loma Plata (Paraguai): A Ponte da Bioceânica, que liga Carmelo Peralta, no Paraguai, a Porto Murtinho, no Brasil, já está com mais de 40% de suas obras concluídas. A estrutura, fundamental para viabilizar a megaestrada que liga o território brasileiro ao chileno, passando ainda pelos territórios paraguaio e argentino, foi visitada neste sábado (25) pelos integrantes da expedição da Rota da Integração Latino-Americana (RILA).
A expedição, organizada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Mato Grosso do Sul (Setlog-MS), e que conta com empresários, autoridades e representantes de instituições de ensino e pesquisa, faz um verdadeiro test drive na rota e vai apresentar suas conclusões no 4º Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico Capricórnio, que deverá reunir autoridades das quatro nações no dia 29 de novembro, em Iquique, no Chile.
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Caminhonete da expedição da RILA embarcando na balsa para atravessar do Brasil para o Paraguai — Foto: Anderson Viegas/g1 MS
Neste segundo dia da expedição o principal desafio dos “rileiros”foi fazer a travessia do rio Paraguai. Com a ponte ainda em construção, a alternativa foi fazer a passagem do Brasil para o Paraguai por balsa. Com capacidade para até 50 toneladas, a embarcação atravessava no máximo seis caminhonetes por vez, demorando em média 35 minutos, no trajeto de ida e volta.
Foram cerca de três horas e meia para fazer o transbordo das 33 caminhonetes da expedição. Enquanto uma parte do grupo fazia a travessia, o restante conhecia o avanço na cidade de Carmelo Peralta, em razão das obras da Ponte da Bioceânica e da pavimentação da rodovia Transchaco, que era o outro entrave logístico ao corredor.
Quando todos os integrantes atravessaram, o grupo foi visitar o canteiro de obras da ponte, que fica a cerca de 15 quilômetros da cidade paraguaia.
No local, os expedicionários conferiram de perto o rápido avanço da construção, que está com 40% do trabalho concluído, segundo o Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC) do Paraguai. Demonstra essa aceleração o fato de que está em ritmo adiantado, no lado paraguaio, a instalação das vigas de 30 metros e 30 toneladas que compõem a superestrutura do viaduto de acesso a obra.
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Ponte da Bioceânica está com obras aceleradas — Foto: Anderson Viegas/g1 MS
A estrutura está sendo construída por um consórcio binacional, com investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu. A ordem de serviço da ponte foi dada no dia 13 de dezembro de 2021 pelo governo do país vizinho.
A ponte terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três trechos: dois constituirão os viadutos de acesso em ambas as margens do rio, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de comprimento, com vão central de 350 metros.
Em sua página na internet, o consórcio Pybra, formado pelas empresas Tecnoedil Construtora, do Paraguai, e Cidade Ltda e Paulitec Construções, do Brasil, aponta a conclusão das obras no primeiro semestre de 2025.
Depois da visita, a expedição da RILA foi testar a pavimentação da PY 15, primeiro trecho dos 600 de estradas vicinais, que o Paraguai pavimentou para viabilizar o corredor. O empreendimento foi dividido em três etapas. A primeira, de Carmelo Peralta a Loma Plata tem 277 quilômetros já foi concluído. O segundo, de Cruce Centinela a Mariscal Estigarribia, tem 102 quilômetros e investimento previsto de US$ 110 milhões.
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Expedição da RILA foi fazer teste do primeiro trecho pavimentado na megaestrada do corredor bioceânico no Paraguai — Foto: Anderson Viegas/g1 MS
Segundo MOPC do país vizinho, sua pavimentação deve ocorrer após o trecho três, já que existe outra rodovia na região, a PY09, que foi remodelada e pode funcionar como alternativa para o trecho.
Em relação ao terceiro trecho, em março foi assinado o contrato para pavimentação dos 224,8 quilômetros, que terá investimento de US$ 354,2 milhões.
O primeiro trecho foi aprovado com “louvor”pelos rileiros, que elogiaram desde a boa qualidade do pavimento até sinalização da estrada.
Com a melhoria da logística na região do Chaco paraguaio tem ocorrido uma mudança econômica do agro da região, que antes tinha na pecuária extensiva sua principal atividade, e que agora investe na produção agrícola, principalmente de grãos.
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Chaco paraguaio está passando por processo de mudança, passando de uma produção de pecuária extensiva para uma agrícola — Foto: Anderson Viegas/g1 MS
Já em Loma Plata a comitiva participou de uma reunião com o presidente da cooperativa menonita Chortitzer, Ronald Reimer.
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Presidente da cooperativa Chortitzer, Ronald Reimer — Foto: Anderson Viegas/g1 MS
“Trabalhamos em diferentes grupos para dentro da cooperativa estudando formas de fazer parcerias e chegar a novos mercados no Brasil e no Chile, e dessa forma, desenvolver a entidade, melhorar a produção e garantir o futuro da instituição. Vai nos fortalecer muito [a Rota Bioceânica]. Ver as experiência de outros países, aprender e fazer intercâmbios e parcerias”.
Neste domingo a expedição deve concluir a travessia do trecho paraguaio da megaestrada, percorrendo o segmento ainda não pavimentado até a fronteira com a Argentina.