Antônio Coca*
Considerado um dos maiores polos universitários de Medicina da América do Sul, a fronteira entre Pedro Juan Caballero no Paraguai e Ponta Porã no Brasil tem cerca de 15 mil estudantes que diversos estado brasileiros e de outros países que buscam nas faculdades de Pedro Juan realizar o sonho de cursar de tornarem médicos e exercer a profissão no Brasil depois de passar pelo Revalida ou dentro do Programa Mais Médico do Governo Federal.
Aproveitando deste terreno fértil, golpistas estão atraindo estudantes desavisados que são convencidos a deixar as faculdades que cursam e se matricular em outras instituições com a promessa de que podem “dar um salto” em relação aos anos de estudo e deixam de cumprir alguns semestres. Com isso eles terminariam mais cedo o curso e, de acordo com a promessa dos captadores, o que não é verdade e somente depois de feita a transferência que os alunos ficam sabendo que foram vítimas de um golpe.
De acordo com o apurado uma universidade de Pedro Juan Caballero estaria sendo usada pela quadrilha, mas os diretores da instituição não teriam conhecimento e também seriam vítimas dos marginais.
O Ministério de Educação do Paraguai é bastante rigoroso com a carga horária e a qualidade do ensino superior, o que inviabilizaria que algum aluno se formasse sem cumprir toda a grade curricular exigida para os estudantes de Medicina ou qualquer outro tipo de curso.
Dezenas de vítima já denunciaram o golpe e não querem ser identificados com medo de represália e de problemas com as instituições de ensino. Com isso os captadores golpistas seguem agindo e fazendo vítimas na região de fronteira.
As autoridades paraguaias alegam ser bastante difícil investigar o fato, já que as vítimas não prestam queixam com medo dos golpistas e das consequências legais, já que de uma forma ou de outra estariam participando de um esquema ilegal que tinha como objetivo fraudar o sistema de Educação Superior do Paraguai. Isso acaba gerando a impunidade, disse um investigador da Polícia Nacional.