A celebração de Finados é uma data reservada à oração pela alma dos mortos. Para os católicos, deve-se rezar, principalmente, pelas almas que estão do purgatório, considerado uma condição de purificação antes da entrada no Paraíso.
Nesta data, o movimento nos cemitérios é intenso, pois muitas pessoas levam flores e fazem orações nos túmulos de familiares ou amigos falecidos.
Origem do Dia de Finados
O Dia de Finados foi implantado em 1311 em Roma, graças a Santo Odilo, que havia determinada a celebração do “dia de todas as almas” nos conventos beneditinos desde 998.
No entanto, desde o século I os cristãos têm o costume de rezar por seus mortos. Neste período, as pessoas iam às catacumbas e túmulos para rezar pelos que morreram sem martírio, com esperança de terem suas almas salvas.
A partir do século IV, a Igreja começou a incluir em suas celebrações a “Memória dos Mortos” – um momento de orações dedicado a todos os que já faleceram.
O Dia de Finados é celebrado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é comemorado o Dia de Todos os Santos. O dia 1º de novembro celebra todos os que morreram em estado de graça, mas que não tiveram a oportunidade de serem canonizados ou que não são lembrados em orações por ninguém.
No Brasil, esta data é um feriado nacional, instituído pela Lei nº 10.607, de 19 de dezembro de 2002.
Em Juazeiro do Norte, no Ceará, há a Romaria de Finados. Ela se estende durante todo o mês de outubro e termina no dia 2 de novembro, no Dia de Finados. O evento faz parte das celebrações populares do país.
O Dia dos Mortos é celebrado anualmente em 2 de novembro, mas seus preparativos iniciam desde o dia 31 de outubro.
Conhecido como Día de Muertos, esta é uma comemoração típica do México para celebrar a memória de todas as pessoas queridas, sejam familiares ou amigos que já morreram.
Ao contrário do Dia dos Finados, que é celebrado no Brasil em 2 de novembro, o Dia dos Mortos é uma divertida e animada festa, pois as pessoas vão visitar os túmulos dos que já partiram, acendem velas, oferecem flores, preparam altares e festejam com música e comida.
Origem do Dia dos Mortos
O princípio do Dia dos Mortos é de que o esquecimento é o pior que pode acontecer com uma pessoa. Por esta razão, todas as pessoas que já morreram são sempre lembradas com alegria e festa.
O Día de Muertos era celebrado muito antes da chegada dos colonizadores europeus. O costume atual, no entanto, consiste no sincretismo entre as crenças cristãs com tradições indígenas.
Originalmente, os indígenas locais dedicavam um mês inteiro (o nono do calendário asteca) aos mortos. Ao se depararem com esse costume, os colonizadores europeus mudaram a celebração para que pudesse coincidir com o Dia dos Finados e o Dia de Todos os Santos do catolicismo.
Celebração no Dia dos Mortos
Nesta data, as pessoas costumam se fantasiar de caveiras e fazer apresentações divertidas pelas ruas da cidade. As famílias também se reúnem para celebrar as lembranças que possuem das pessoas que já morreram.
Doces com o formato de caveira são tradicionais na festa, assim como a preparação de um altar com fotos dos que faleceram, flores formando uma cruz, pratos que os seus familiares falecidos mais gostavam, sal tido como o símbolo da purificação, entre outros.
De acordo com a cultura popular, acreditava-se que durante o Dia dos Mortos as pessoas que já morreram tinham autorização de voltar do “mundo dos mortos” para visitar os seus familiares.
O Dia dos Mortos mexicano é considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Mesmo sendo típico do México, o Dia dos Mortos também é celebrado em outros países, principalmente na América Latina e nos Estados Unidos.
Entre 2006 e 2024, mais de 1.700 jornalistas foram mortos em todo o mundo, com cerca de nove em cada dez casos destes assassinatos permanecendo sem solução judicial, de acordo com o UNESCO Observatory of Killed Journalists (Observatório de Jornalistas Assassinados da UNESCO). A impunidade leva a mais assassinatos e é muitas vezes um sintoma do agravamento do conflito e do colapso da lei e dos sistemas judiciais. A UNESCO está preocupada com o fato de a impunidade prejudicar sociedades inteiras, ao encobrir graves violações dos direitos humanos, corrupção e crimes. Os governos, a sociedade civil, os meios de comunicação social e todos os interessados na defesa do Estado de direito estão convidados a juntar-se aos esforços globais para acabar com a impunidade.
É em reconhecimento das consequências de longo alcance da impunidade, especialmente dos crimes contra jornalistas, que a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Resolução A/RES/68/163 na sua 68ª sessão em 2013, que proclamou o dia 2 de novembro como o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas (IDEI). A Resolução convocou os Estados-membros a implementarem medidas definitivas para combater a atual cultura de impunidade. A data foi escolhida em memória ao assassinato de dois jornalistas franceses no Mali, em 2 de novembro de 2013..
A cada dois anos, a campanha de sensibilização para a celebração do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas coincide com as conclusões do UNESCO Director-General’s Report (Relatório da diretora-geral da UNESCO) que descreve o estado atual da impunidade global e regional.
Na comemoração dos Fiéis Defuntos, recordemos das almas
Origens
Em vez de propor-nos, hoje, a veneração de um santo, a Igreja nos convida a comemorar, pelo nosso sufrágio, as almas dos fiéis já falecidos. A comemoração de todos os fiéis defuntos foi instituída neste dia a fim de socorrer, por boas obras gerais, os que não se beneficiam de preces especificamente dedicadas a eles. Deve-se a uma iniciativa tomada pelos monges beneditinos por volta do ano 1000.
A data
O abade São Odilo, superior mosteiro de Cluny na França, deu ordem para que em todos os conventos filiados a esta Ordem se celebrasse um ofício pelos defuntos na tarde do dia 1º de novembro. Essa comemoração foi adotada pela autoridade da Igreja, de tal modo que, aos poucos, se tornou universal a dedicação de dois de novembro à memória dos irmãos já falecidos.
Exortação de Paulo
Essa exortação de Paulo é dirigida também a cada um de nós:
“Irmãos, nos diz São Paulo apóstolo, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não tem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem.” (ITs 4,13-14).
Dia dos Fiéis Defuntos: um dia para recordação, não tristeza
Dia de Saudosa Reflexão
O Dia dos Finados não é dia de tristeza nem lamúrias, como o é para aqueles que não tem fé, mas é dia de saudosa recordação, confortada pela fé, que nos garante que nosso relacionamento com as almas dos finados não está interrompido pela morte, mas é sempre vivo e atuante pela oração de sufrágio. A doutrina relativa aos finados põe em admirável luz a harmonia entre a justiça e a bondade de Deus Pai, de tal modo que também os corações mais frios não resistem hoje a um saudoso pensamento de piedade religiosa em favor dos irmãos falecidos.
Purgatório: o lugar de purificação
A fé nos ensina que existe um lugar de purificação pelas almas depois da morte, pois toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Essas faltas o impedem de entrar diretamente no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade. Deus, em Sua bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma:
“O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista (82).” (CIC 1472)
Temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório
A Solidariedade Espiritual
Pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados por força de nossa inserção no Corpo Místico de Cristo, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório que ficam assim beneficiadas em suas penas. Esta doutrina já era conhecida no Antigo Testamento. De fato, lemos, no Segundo livro do Macabeus que, depois de uma batalha do povo judeu contra os inimigos, Judas Macabeu mandou recolher ofertas a serem enviados ao Templo de Jerusalém solicitando orações e sacrifícios em sufrágio dos soldados tombados na guerra, pois ele concluiu: “É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” (2Mc 14,45). Também Jesus Cristo fez alusão aos pecados que não são perdoados nem nesta terra nem na outra vida.
Orações de Sufrágio
Orações de sufrágio em favor das almas dos mortos sempre foram praticadas nas Igrejas desde os primeiros séculos. Nas catacumbas romanas onde se sepultavam os cristãos há inúmeras inscrições alusivas a preces que os defuntos solicitam dos irmãos na fé. Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma, enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde quer que estiveres”.
As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó: “Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão do meu Senhor me tocou”.
“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”
A Indulgência e a Oração pelos falecidos
Indulgência:
No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.
“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).
Oração pelos falecidos:
Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência. Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém! (Rezar Pai-Nosso e Ave-Maria.)
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.
Minha oração
“Senhor, nosso Deus, resgatai as almas dos nossos conhecidos e familiares do purgatório, além daquelas que necessitam das nossas orações. Pedimos também a intercessão para que sejamos santos e purificados nessa vida, a fim de chegar diretamente ao Céu. Amém.”
Almas do purgatório, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 2 de novembro
- Comemoração de São Vitorino, bispo de Poetóvio, na Panónia. († c. 303)
- Em Trieste, na Ístria, atualmente na Itália, São Justo, mártir. († c. s. IV)
- Em Sebaste, na Arménia, hoje Sivas, na Turquia, os santos Cartério, Estiríaco, Tobias, Eudóxio, Agápio e companheiros, mártires. († c. 320)
- Na antiga Pérsia, os santos Acindino, Pegásio, Aftónio, Elpidíforo, Anempodisto e numerosos companheiros mártires. († s. IV)
- Em Vienne, cidade da Gália Lionense, hoje na França, São Donino, bispo, que se dedicou à obra da redenção dos cativos. († c. 538)
- Comemoração de São Marciano, eremita, que, nascido em Ciro, se retirou para o deserto na Calcedónia.(† s. IV f.)
- No mosteiro de Agaune, entre os Helvécios, hoje Saint-Maurice-en-Valais, na Suíça, Santo Ambrósio, abade. († c. 520)
- Junto a uma fonte situada em Holywell, localidade do País de Gales, Santa Vinfreda, virgem, que é venerada como monja insigne. († c. s. VII)
- Em Vienne, cidade da Borgonha, na moderna França, São Jorge, bispo. († c. 670)
- No mosteiro de Claraval, também na Borgonha, o sepultamento de São Malaquias, bispo de Down e Connor. († 1148)
- Em Mortagne, cidade da Normandia, na França, a Beata Margarida de Lorena, ao ficar viúva, abraçou a vida religiosa no mosteiro das Clarissas. † 1521)
- Em Andover, no condado de Hampshire, na Inglaterra, o Beato João Bodey, mártir. († 1583)
- Em Casale, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Pio de São Luís, religioso da Congregação da Paixão. († 1889)
Fonte:
- Catecismo da Igreja Católica
- Livro: O Santo do dia – Dom Servilio Conti, I.M.C.
- Vatican.va
– Produção e edição: Melody de Paulo
– Oração: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova