28 de maio – por Rosildo Barcellos
O Dia Internacional de Ação Pela Saúde da Mulher foi definido no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde que ocorreu em 1984, na Holanda, durante o Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos, ocasião em que a morte materna apareceu com toda a sua magnitude. A partir dessa data, o tema ganhou maior interesse e no V Encontro Internacional Mulher e Saúde, realizado em São José da Costa Rica, a Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe propôs que a cada ano, no dia 28 de maio, uma temática nortearia ações políticas que visassem prevenir mortes maternas evitáveis.
A mortalidade materna é um importante indicador da qualidade de saúde ofertada para as pessoas e é fortemente influenciada pelas condições socioeconômicas da população. Em média, 40% das causas podem ser consideradas evitáveis. O atraso no reconhecimento de condições modificáveis, na chegada ao serviço de saúde e no tratamento adequado, está entre as principais causas das altas taxas de mortalidade materna ainda presentes na maior parte dos estados brasileiros. O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é garantir o bem-estar materno e fetal e estar disponíveis quando ocorrerem intercorrências durante a gestação e puerpério.
Ações do legislativo devem nortear e facilitar esta questão, num país ainda resistem certas desigualdades. É o exemplo do Edil Anderson Meireles, no município de Aquidauana em Mato Grosso do Sul. É dele a lei 2546/17 que concede um dia de folga para funcionárias da prefeitura realizarem exames de mama. Sobre ele posso dizer que foi digitador, diagramador e depois repórter no Jornal O Pantaneiro. Depois Chefe de redação do jornal Diário Noticiais do Estado, e editor responsável do site Aquidauana Repórter. Até que chegou a ser Secretário de Saúde. Certamente foi essa condução de sua vida o fez sensível a ponto de propor diversas leis que vislumbrem o bem estar feminino, naquele município.
Por outro lado, outro problema de saúde foi apontado por uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas no último mês indica que idade, condições socioeconômicas e falta de atividade física são os principais fatores associados à prevalência da obesidade no Brasil. Segundo o estudo, seis em cada dez brasileiros estão com sobrepeso. A taxa de obesidade no país atualmente está em 20,1%. Se nada for feito e seguirmos com o mesmo ritmo de crescimento, em 2030 teremos cerca de um a cada quatro brasileiros com obesidade no Brasil.
Vale destacar que a prevalência da obesidade é maior entre as mulheres: 22%, contra 18% nos homens. Mormente, as questões de saúde não param neste ponto. No Brasil, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Além de privação de chuveiros em suas residências, 4 milhões de meninas sofrem com pelo menos uma privação de higiene nas escolas. Assim 28 de maio é o dia escolhido para chamar a atenção e conscientizar a sociedade sobre os diversos problemas de saúde comuns na vida das mulheres, tais como câncer de mama, endometriose, infecção
urinária, câncer no colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade. Temos muito a fazer e todos devem ofertar a sua parcela de colaboração. A lição sabemos de cor…só nos resta aprender!
*Articulista