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Igreja manda padre exorcista deixar MS e fieis reclamam da mudança

 

Ele é conhecido por atrair fiéis no interior do Estado

Anny Malagolini*

Padre Benedito de Oliveira, 44 anos, conhecido por arrastar multidões a igreja católica de Dois Irmão do Buriti – município distante a 71,4 quilômetros de Campo Grande -, terá que se despedir de Mato Grosso do Sul. O religioso ganhou popularidade pelo método carismático de suas pregações, e a mudança do pároco tem causado apreensão entre os fiéis.

O sacerdote foi cedido em 2009 pela arquidiocese de Santo Amaro, em São Paulo, mas de acordo com Benedito, seu contrato não será renovado e ele terá que voltar a cidade de origem. O último dia do vigário no município sul-mato-grossense é dia 30 de abril. “Meu contrato era para ficar seis anos, mas renovaram por mais dois e agora não vão recomeçar outro”, comentou.

Segundo ele, o motivo da não permanência seria a superlotação de padres na região. “A diocese está cheia de padres e não precisa mais do meu trabalho. São 13 paróquias e 20 padres; Tem paróquia que tem 4 padres”, explicou.

Apesar da popularidade, Padre Benedito assume que o modo de trabalho não costuma ser bem recebido pelos colegas, e isso poderia ter levado o seu contrato a não ser renovado. “Tem pessoas que não entendem o trabalho, que não compreende esse trabalho. Tem pessoas que não entendem porque sou um padre carismático. É uma missa que eu provoco os fiéis na fé, não faço só uma pregação”.

O método adotado pelo padre carismático causou discussão entre membros da comunidade católica no Estado, são relatos de cura, libertação, mas foi a maneira fora do tradicional que despertou interesse entre os fieis e as missas ministradas por ele chega a receber 3 mil pessoas. Além da igreja Nossa Senhora do Rosário em Dois Irmãos, o padre celebra a liturgia em 16 comunidades, entre assentamentos, tribos indígenas e presídio.

A receita para invocar tantos fiéis em um tempo onde a igreja católica tenta recrutar novos seguidores, segundo Benedito, está na atenção que se dá ao fiel.  “Quando termina a missa, eu saio rezando pelo fieis, pode ter mil ou três mil na igreja. Durante a semana recebe o tudo que é caso de pessoas. O tratamento é diferenciado,  nosso povo tá carente, querem um padre que reze por ele”.

Ainda sem convites para permanecer em Mato Grosso do Sul, o padre disse querer ficar.  “O desejo do fiel era de que renovasse, mas isso depende do bispo. Por mim eu ficaria, se o bispo renovasse. Se precisar estou a disposição”.

Um das fieis do padre, a cabeleira Livanete Aparecida, 48 anos, lembrou que antes da chegada de Benedito, a missa recebia poucas pessoas,  e a chegada das celebrações carismáticas freou a debandada. “Eram 15, 20 pessoas por missa, não era interessante”. E contou que se tornou uma seguidora após receber a cura de uma doença. “Ele nos ensinou a rezar, a alcançar a cura. Eu sou uma testemunha do trabalho dele”.

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