Região conhecida como ‘Chaco Paraguaio’ tem ecossistema semelhante ao do Pantanal. Além da fronteira com o Paraguai, a região próxima à Bolívia também tem ameaçado o bioma em território brasileiro.
Por Maressa Mendonça, Martim Andrada, g1 MS e TV Morena
Os incêndios no Paraguai têm se espalhado para o Pantanal. As chamas no Chaco Paraguaio já destruíram mais de 100 mil hectares de vegetação no país vizinho. Os impactos ultrapassaram as fronteiras e podem ser vistos em Mato Grosso do Sul. A fumaça chegou à região fronteiriça, deixando o céu vermelho em Ponta Porã (MS).
Fogo na região de fronteira com o Paraguai. — Foto: Reprodução
Bombeiros do Exército Paraguaio chegaram à região fronteiriça, que fica entre o Brasil e a Bolívia, para dar apoio aos bombeiros locais. A baixa umidade, os ventos e o calor que chega a 40°C dificultam os trabalhos.
Imagens de satélite mostram uma grande concentração de fumaça na região. Em Ponta Porã, a cor do céu varia entre amarelo e vermelho e chama a atenção.
O Chaco é um ecossistema característico de alguns países da América Latina, como Paraguai e Bolívia. No Brasil, o bioma não é catalogado. Especialistas explicam que a região é uma área de transição entre o Pantanal e o próprio Chaco.
Algumas espécies de fauna e flora são presentes nas duas áreas. A principal diferença é em relação a presença de água, o Chaco tem menos incidência de afluentes, o que difere completamente do Pantanal. O solo na região paraguaio é mais seco também. As características no bioma do país vizinho são semelhantes a uma mescla entre Pantanal, Cerrado e Caatinga.
No Pantanal, quase 3 milhões de hectares no Pantanal foram destruídos pelas chamas. Nos primeiros 10 dias de setembro, 736 focos de incêndios foram registrados, o dobro de setembro inteiro do ano passado (373 focos), segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os incêndios na Bolívia estão mais intensos desde o começo deste mês. Brigadistas brasileiros estão na Bolívia em combate ao fogo para impedir o avanço para a formação rochosa.
Considerado santuário da biodiversidade no Pantanal e Patrimônio Natural da Humanidade, a Serra do Amolar corre risco de ser atingida pelas chamas que se alastram pela Bolívia. Para evitar a destruição, brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão no país vizinho em combate.
Segundo o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a linha de fogo que ameaça a Serra do Amolar e os Guatós tem cerca de 60 quilômetros de extensão. A chefe de planejamento de operações do Ibama no Pantanal, Thainan Bornato, explica que a ida dos brigadistas brasileiros à Bolívia é uma ação para proteção do território do Brasil, em específico à área da comunidade indígena Guató”.