Policial estava em veículo, na MS-164, quando houve a abordagem e ele foi flagrado com produtos contrabandeados. Suspeito já tinha sido preso com drogas, em 2019.
Por G1 MS
Investigado por integrar uma milícia fortemente armada e suspeita de execuções em Mato Grosso do Sul, um policial civil foi novamente preso em flagrante, desta vez, por contrabando. Rafael Grandini Gales, de 36 anos, foi abordado na MS-164, em um carro no qual ele era passageiro e estava sendo conduzido por um rapaz, de 24 anos.
Conforme a polícia, ambos foram encaminhados para a Polícia Federal (PF) em Dourados, na região sul do estado. Os produtos contrabandeados com os suspeitos também foram apreendidos, nessa terça-feira (22).
No mês de novembro de 2019, Rafael foi preso durante a operação Omertá. Na ocasião, os policiais cumpriam mandado de busca em desfavor dele, quando encontraram droga. Ele, no entanto, estava respondendo ao crime em liberdade.
“Era uma fiscalização rotineira e ele foi flagrado junto com o motorista. Além dele, apreendemos mais 9 veículos. No depoimento, o policial alegou que era passageiro e não era dono dos produtos. Mas, não houve nenhum procedimento na Defron [Delegacia Especializada em Repreensão aos Crimes de Fronteiras] e encaminhamos tudo para PF em Ponta Porã”, afirmou ao G1 o delegado Ricardo Cavagna, titular da unidade policial.
Operação Omertà
A primeira fase da operação Omertá foi deflagrada em setembro de 2019. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e o Gaeco prenderam empresários, policiais e, na época, guardas municipais, investigados por execuções no estado.
A suspeita é que o grupo supostamente comandado por Jamil Name e o filho, Jamil Name Filho tenham executado pelo menos três pessoas na capital sul-mato-grossense, desde junho de 2018. Outras mortes também estão sendo investigadas.
A última morte atribuída ao grupo é do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos. Ele foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril, quando manobrava o carro do pai, na frente de casa, para pegar o dele e buscar o irmão mais novo na escola.
Pouco mais de um mês depois, no dia 19 de maio de 2019, policiais do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) apreenderam um arsenal com um guarda municipal, em uma casa no Jardim Monte Libano. Foram apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições.
Segundo as investigações do Gaeco, esse arsenal pertencia ao grupo preso na operação Omertà. A força-tarefa investiga se as armas foram usadas em crimes de execução nos últimos meses.