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O IMPACTO DA PANDEMIA DE CORONAVÍRUS NA ECONOMIA DE JARDIM

O município de Jardim, é localizado na região Sudoeste de Mato Grosso do Sul, cerca de 237 km da capital Campo Grande (distância de condução). Tem ao norte como limite, o município de Bonito; ao sul, o município de Bela Vista; a leste, o município de Guia Lopes da Laguna; e a oeste, os municípios de Porto Murtinho e Caracol. A população estimada (2020) é de 26.238 pessoas.

Dados do IBGE, mostram que em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) do município de Jardim atingiu R$ 605.586.050,00. Encontra-se na 32º posição no ranking do Estado. Considerando a população estimada para o mesmo ano pelo IBGE, o PIB per capita (valor médio por habitante), produzido no município no ano, correspondeu a R$ 23.321,37.

O segmento que mais gera valor no município de Jardim, é o de comércio e serviços, que representou em 2018, cerca de 79,22% do PIB. O setor agropecuário teve uma participação de 12,83%, e o industrial 7,96%.

Informações do CAGED – Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados revela que 2020 fechou com um saldo de 25 empregos formais, o que representa um acréscimo de 1,00%. Em 2020, houveram 977 admissões e 952 demissões, perfazendo um saldo de 25 empregos formais. Houve um saldo positivo de 40 empregos para homens e, uma redução de 15 postos de empregos para as mulheres, confirmando que as mulheres foram as mais afetadas pela pandemia.

Já 2021 entrou com uma boa recuperação, onde o acumulado até junho, fechou com saldo positivo de 144empregos formais, um acréscimo de 5,29% quando comparado com 2020 (Quadro 1). Desse total, 100postos de empregos foram criados para homens, e 44 para mulheres. Em maio, Jardim tinha um saldo de 90 empregos formais, e saltou para 144, obtendo um acréscimo de 37,5% no mês de junho.

Quadro 1 – quadro comparativo dos segmentos (agropecuária, comércio, construção, indústria, e serviços) entre 2020 e 2021 com relação ao saldo de empregos formais.

2020

2021*

%

Agropecuária

454

469

+3,30

Comércio

1189

1212

+1,93

Construção

101

131

+29,70

Indústria

310

301

-2,90

Serviços

666

751

+12,76

Saldo

2720

2864

+5,29

Fonte: CAGED

*Dados acumulados de janeiro a junho.

Se percebe na construção civil o segmento com maior capacidade de gerar empregos em Jardim (veja Quadro 1), representando um crescimento de 29,70% quando comparado com estoque de 2020, enquanto que o segmento do comércio se mantém estagnado, tanto no número de empresas ativas, quanto no estoque de empregos.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC, por meio de seu Informativo Econômico do Banco de Dados da Construção – BDC diz que: A construção civil é um dos segmentos que não parou durante a pandemia, mesmo diante de todas as dificuldades impostas, e vem realizando um esforço para continuar produzindo resultados, no sentido de executar suas atividades preservando a saúde dos seus trabalhadores, por meio de protocolos e boas práticas. É um setor de destaque nacional com capacidade de gerar empregos, e distribuir rendas por toda a economia. O maior desafio do setor, é a forte elevação de custos de insumos e desabastecimento, que poderá fazer com que haja redução das atividades de construção.

Números da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios – Redesim de MS, por meio da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul – Jucems, revelam que foram constituídas 28 empresas em Jardim de 05/2020 a 12/2020, e 40 empresas no período de 01/01/2021 à 23/6/2021. Por outro lado, 22 empresas foram extintas em 2020 no período de 05/2020 à 12/2020, e outras 20 foram extintas no período de 01/01/2021 à 23/06/2021. Esses números reforçam que o setor empresarial em Jardim mostrou uma reação positiva no primeiro semestre de 2021, de forma que pelos números se vê um saldo positivo com relação ao número de empresas constituídas (foram 40 empresas constituídas e 20 empresas extintas, perfazendo um saldo de 20 empresas ativas).

O segmento de serviços foi responsável pela reação empresarial em Jardim, contribuindo de forma significativa no saldo positivo de empresas ativas, e consequentemente puxando o crescimento de empregos gerados.

PERSPECTIVAS E PERCEPÇÕES DE EMPRESÁRIOS SOBRE O COMÉRCIO DE BENS E SERVIÇOS DE JARDIM – MS.

A pesquisa foi realizada pelo Professor Claudemyr Soares – Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília, e Vice-presidente da Associação Empresarial de Jardim (AEJAR) – no período de 18 de junho à 6 de julho de 2021, com a finalidade de levantar o impacto da pandemia sobre a economia de Jardim. Os resultados mostraram que 59,6% das empresas não precisaram demitir colaboradores desde o início da pandemia até a data de realização do estudo. Já 32,1% informaram que precisaram demitir de 1 a 2 colaboradores, 6,4% demitiram de 3 a 5 colaboradores, e 1,8% demitiram acima de 5 colaboradores.

Com relação ao quadro de funcionários, 40,4% das empresas possuem de 1 a 3 colaboradores, 33% de 4 a 10 colaboradores, 13,8% entre 11 e 15 colaboradores, 3,7% de 16 a 20 colaboradores, 2,8% entre 21 a 30 colaboradores, e 6,4% possuem acima de 31 colaboradores.

Questionou-se ainda, se houve afastamento de colaboradores da empresa devido ao Covid-19 nesse período de pandemia. Dados mostram que, 51,4% das empresas não precisaram afastar colaboradores, enquanto que 21,1% precisou afastar apenas 1 colaborador, já 20,2% afastou entre 2 a 5 colaboradores, 6,4% afastou de 6 a 15 colaboradores, e apenas 0,9% afastou mais de 15 colaboradores.

Também fora perguntado se durante o período de fechamento do comércio por meio de decretos mais restritivos, houve alteração no faturamento da empresa. Para 5,5% do empresariado não houve nenhuma alteração no faturamento, por outro lado, 21,1% das empresas relataram ter tido uma redução entre 10 e 20%, para 14,7% reduziu entre 21 e 30%, 18,3% reduziu entre 31 a 40%, 13,8% reduziu entre 41 e 50%, e 24,8% reduziu acima de 50%. Contudo, 0,9% relatou percepção de melhora de até 10%, e 0,9% informou que houve melhora entre 11 e 15%.

Com relação ao cumprimento das normas de biossegurança, 99,1% respondeu que cumpre, e 0,9% que não tem conhecimento adequado para dizer, se cumpre ou não. Já 90,8% dos empresários, não concordam que “serviços não essenciais” fiquem fechados durante decretos restritivos.

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