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Órgãos ambientais de MS aplicaram mais de R$ 3 milhões em multas por incêndios florestais em 2020

Por Cláudia Gaigher e João Pedro Godoy, TV Morena e G1MS

Mesmo após o fogo já ter sido apagado na região do Nabileque, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, peritos estaduais, policiais e bombeiros continuam percorrendo áreas de 35 fazendas na região dos municípios de Corumbá, Ladário e Miranda. A intenção é vistoriar os locais para identificar o início das queimadas na região, que teve milhares de hectares do bioma destruídos pelas chamas no último mês.

Somente neste ano, quase 3 milhões de hectares foram queimados no Pantanal. Muitos focos começam por causa de uma prática comum, nem sempre autorizada pelos órgãos ambientais: atear fogo na pastagem para renovar o pasto.

Para realizar o monitoramento do fogo, a Polícia Federal conta com a ajuda de satélites, que mostram as primeiras chamas e como elas se alastraram. “Através da análise dessas imagens de satélite e sobrevoos com aeronaves, é possível identificar a origem, o local dos focos e onde houve o provável início dos incêndios”, afirma o delegado Leonardo Rafaini.

Fogo na região do Nabileque, em Corumbá, Pantanal de MS — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Fogo na região do Nabileque, em Corumbá, Pantanal de MS — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Em Corumbá, a Polícia Federal visitou quatro fazendas onde as imagens por satélite apontaram que o fogo foi iniciado no final de junho, destruindo mais de 33 mil hectares. O fogo que começou nas fazendas se alastrou para propriedades vizinhas, chegando a áreas de proteção permanente (APP) perto do Parque Nacional do Pantanal e também em reservas particulares da rede de proteção do Amolar, um corredor natural da biodiversidade.

Imagens de satélite mostram avanço das queimadas em fazendas no Pantanal — Foto: Reprodução/TV Globo

Em 2020, os órgãos ambientais do estado de Mato Grosso do Sul aplicaram 42 multas por incêndios florestais. O número somaria mais de R$ 3 milhões e 800 mil em autuações, mas a maioria das multas não estão sendo pagas pelos suspeitos de atear fogo. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do estado, somente de 30% a 40% das autuações são pagas, pois os suspeitos de atear fogo recorrem judicialmente ou administrativamente.

Para Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), as fiscalizações e autuações são importantes para coibir novos focos, já que parte do Pantanal continua em situação crítica. “Toda essa região segue ameaçada e nós estamos fazendo esforços para, com o Prev Fogo e bombeiros, fazermos o primeiro combate, evitando que a situação se agrave como já está acontecendo”, finalizou.

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