De acordo com o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, primeiros animais socorrido podem chegar ainda nesta quarta-feira (16), na sede do órgão, em Campo Grande.
Por Flávio Dias/G1MS e Cláudia Gaigher/TV Morena — Campo Grande
Onça-pintada com patas queimadas em incêndio no Pantanal. — Foto: Reprodução/TV Morena
O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres de Mato Grosso do Sul (Cras) montou postos avançados e vai ter unidades móveis para oferecer os primeiros socorros aos animais feridos pelos incêndios florestais no estado.
Desde o início do ano o estado sofre com queimadas. Segundo Dados do Prevfogo, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios florestais do Ibama, somente no Pantanal de Mato Grosso do Sul, os incêndios florestais já destruíram 1,165 milhão de hectares.
Além da vegetação do biomas, os animais tem sido muito atingidos com a situação. Encurralados pelo fogo, eles acabam morrendo ou ficam gravemente feridos.
Na região de Corumbá e Ladário, ambas no Pantanal sul-mato-grossense, que sofre com as intensas queimadas, a recepção contará com apoio da Polícia Militar Ambiental (PMA), onde será montado um centro de atendimento. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul também disponibilizou uma base de pesquisa na estrada-parque para receber animais atingidos pelo fogo.
Conforme a médica veterinária e coordenadora do Cras, Aline Bitencourte Duarte, uma das unidades móveis já está em Alcinópolis, no norte do estado. A região sofre com as intensas queimadas e 40% do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari e região já foi destruído.
Unidade móvel já está disponível para socorrer animais silvestres vítimas de incêndios em MS. — Foto: Reprodução/TV Morena
Segundo Aline, equipes da unidade atuarão no campo com bombeiros e equipes do Imasul, que estão atuando no combate ao incêndio. “Essa unidade vai dar o primeiro socorro e depois que esses animais ficarem estabilizados, eles serão enviados para o Cras, em Campo Grande.
“Provavelmente nessa tarde já chegam os primeiros animais no Cras. Ládário e Corumbá também estão com um veículo para esse recolhimento de animais silvestres vitimas do fogo”, explicou.
Ainda de acordo com a coordenadora, os voluntários e médicos veterinários das cidades que sofrem com os incêndios e que tiverem dificuldades com os animais silvestres feridos, poderão entrar em contato com o Cras para solicitar orientações.
SOS Animais Silvestres
O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV) lançou uma campanha para ajudar os animais vítimas das queimadas. O órgão, por meio da “SOS Animais Silvestres”, está doando e recebendo doações de medicamentos e insumos para ajudar a tratar esses animais.
Anta é socorrida por voluntários, no Pantanal de MS. — Foto: Reprodução/TV Morena
Segundo o presidente do CRMV, Rodrigo Piva, o órgão já entrou em contato com os médicos veterinários que estão nos focos da região norte do estado para avaliar a situação. O conselho ainda em ação em conjunto com o governo do estado, instituições públicas e privadas afirmou que estão trabalhando para amenizar os danos causados pelos incêndios.
As doações podem ser feitas por meio do telefone (67) 3331-1655 ou direto na sede do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul. O órgão está localizado na rua Coronel Cacildo Arantes, 433 – Chácara Cachoeira, Campo Grande.
Mais ajuda
O governo do estado informou nesta terça-feira (15) que já está disponível o dinheiro do Ministério do Desenvolvimento Regional, que será usado para ações de combate aos incêndios. As autoridades avaliam agora quais são as prioridades para usar os recursos.
O ministro de desenvolvimento regional, Rogério Marinho, que se reuniu nesta terça-feira (15) com autoridades do estado, anunciou a liberação de R$ 3,8 três milhões para o combate as queimadas em Mato Grosso do Sul.
A medida veio depois do governo federal reconhecer a situação de emergência no estado. O dinheiro poderá ser usado para contratação de brigadistas, compra de equipamentos e de combustível, além de horas de voos de aeronaves que fazem o combate das chamas. Boa parte do valor deve ser empregado no Pantanal de MS que já teve 1 milhão e 165 mil hectares que foram consumidos pelas chamas.