Ariadne Nicoly Mori e Bianca Fernandes, ambas de 17 anos, ficaram em 2° lugar em feira nacional e foram selecionadas. Com a colocação, irão representar o Mato Grosso do Sul e o Brasil nos Estados Unidos.
Por Rafaela Moreira, g1 MS — Mato Grosso do Sul
Alunas irão representar o Brasil na maior feira de ciências do mundo. — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução
Criatividade, dedicação e inovação. Essas são algumas das características que podem ajudar a definir a iniciativa das estudantes do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), Ariadne Nicoly Mori e Bianca Fernandes, ambas de 17 anos, que escreveram o livro “Heroínas Ocultas – Historias Nunca Contadas da Ciência”, e irão representar o Brasil na maior feira de ciência e engenharia do mundo.
O projeto das estudantes ficou em 2º lugar na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), realizada em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, no segundo semestre do ano passado. A premiação as credenciou para a participação na Regeneron International Science and Engineering Fair (Isef), entre 8 e 13 de maio, em Atlanta, nos Estados Unidos.
Remotamente, devido a pandemia, a dupla apresentou um projeto com propostas para aumentar a participação das mulheres na ciência e tecnologia e despertar o interesse feminino pelo tema, desde a educação básica.
A jovem Ariadne , que cursa o 3º ano do ensino médio integrado ao curso técnico de informática, celebrou que o projeto terá mais visibilidade, podendo servir de inspiração para as meninas que estão em fase de autoconhecimento e desenvolvimento.
A Regeneron Isef é considerada a maior feira de ciências do mundo.
“Fico feliz de poder falar sobre mulheres que auxiliaram e auxiliam tanto nas evoluções da nossa história. Também vou estar apresentando mulheres brasileiras e estrangeiras que merecem mais representatividade na sociedade”, disse.
Alunas produziram livro sobre mulheres na ciência — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução
O livro, disponível gratuitamente aqui, conta a trajetória de 17 mulheres na área da computação por meio de textos e ilustrações produzidos pelas próprias estudantes.
Ao g1, Ariadne conta que o processo foi um desafio, mas valeu muito a pena. “Tenho certeza de que será algo único e maravilhoso nas nossas vidas. Esperamos que ocorra tudo bem, que gostem e entendam a finalidade do nosso projeto. É uma hora representar o Brasil”, celebrou.
A pesquisa
A produção do livro começou no segundo semestre de 2020, sendo que todos os encontros foram realizados de forma virtual em virtude da pandemia. O material foi produzido por 11 estudantes dos cursos técnicos em Informática, Eletrotécnica e Mecânica do Campus Campo Grande, sendo três bolsistas e oito colaboradoras.
Ariadne destacou que o trabalho contou com etapas de pesquisa, escolha das mulheres que teriam a trajetória contada, seleção das descobertas dessas pesquisadoras e posterior levantamento de informações, produção dos textos e ilustrações e, finalmente, a diagramação do livro.
“Essas histórias têm como objetivo mostrar mulheres que colaboraram na evolução tecnológica e não são conhecidas como deveriam. Além de incentivar meninas a entrarem nas áreas de Ciência e Tecnologia que são pouco representadas pelo gênero feminino”, defendeu.