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Caso Vanessa Ricarte: jornalista era monitorada de forma constante antes de ser morta, aponta investigação

Por Nadine Lopes, Ana Karla Flores, g1 MS e TV Morena
Investigação revela que Vanessa Ricarte era monitorada de forma constante por Caio Nascimento. — Foto: Reprodução

Investigação revela que Vanessa Ricarte era monitorada de forma constante por Caio Nascimento. — Foto: Reprodução

Um relatório do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), elaborado a partir da quebra de sigilo dos dispositivos eletrônicos de Caio Nascimento, revelou que a jornalista Vanessa Ricarte foi vítima de perseguição e violência psicológica pelo ex-companheiro. De acordo com os investigadores, Vanessa enfrentou “tormentosos últimos dias de vida”.

A jornalista e servidora do Ministério Público do Trabalho (MPT), de 42 anos, foi morta no dia 12 de fevereiro, após ser esfaqueada pelo ex-noivo, em Campo Grande(MS). A vítima havia denunciado o ex-companheiro, mas foi agredida horas depois.

Segundo o relatório, desde o início de 2025, Caio adotou uma rotina de perseguição, com comportamentos invasivos que violavam a liberdade e a privacidade de Vanessa, tanto presencialmente quanto de forma virtual.

Registros telefônicos indicam que Caio obrigava a jornalista a compartilhar sua localização em tempo real, inclusive durante o expediente. Quando não conseguia rastrear onde ela estava, utilizava recursos no celular para monitorar seus movimentos.

A investigação também revelou que ele acessou, monitorou e alterou senhas de contas de e-mail da vítima, em uma tentativa de controlar sua rotina. Além disso, Caio vigiava os contatos profissionais e amizades de Vanessa, exigindo explicações constantes. Em diversos momentos, ele a ofendia e, em seguida, pedia perdão, demonstrando aparente arrependimento.

Série de violências

No dia 23 de janeiro, por exemplo, Caio enviou mensagens afirmando que “melhoraria seu comportamento” e pediu desculpas. Para o Ministério Público, a atitude representa uma tentativa de justificar ou minimizar comportamentos agressivos anteriores — padrão que se repetiu em outras mensagens.

Mensagem de desculpas enviada por Caio no dia 23 de janeiro. — Foto: Reprodução

Mensagem de desculpas enviada por Caio no dia 23 de janeiro. — Foto: Reprodução

No dia seguinte, ele passou a exigir explicações sobre pessoas que apareciam como sugestões de amizade em um aplicativo de rede social. Vanessa respondeu que não conhecia aquelas pessoas e desconhecia a origem das sugestões.

Mesmo após pedido de desculpas, o relatório aponta que Caio continuou exercendo controle sobre a vítima. — Foto: Reprodução

Mesmo após pedido de desculpas, o relatório aponta que Caio continuou exercendo controle sobre a vítima. — Foto: Reprodução

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