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O Contralto de Karla por Rosildo Barcellos

O Contralto de Karla por Rosildo Barcellos

Os franceses chamam isso de “voix de chambre à coucher”. É uma voz grave e aveludada que confere a algumas pessoas um poder de sedução. Encontrei-a recentemente em um evento em que eu declamaria uma poesia e ela se apresentou com sua voz diferenciada que explico a seguir. Seu mais recente evento foi se apresentar na 1ª Semana de Moda Inclusiva que transcorreu esta semana, na capital. E que se encerrou no dia 21 de setembro com uma homenagem à artista Alzira Espíndola. Com uma eclética gama de influências musicais, que variam do jazz ao pop contemporâneo, Karla transcende fronteiras sonoras a começar da ocasião de seu próprio nascimento. A mãe na época em Ponta Porã próximo ao parto encontra o hospital daquela cidade fronteiriça em greve. A solução foi ir a cidade vizinha Pedro Juan Caballero e nasceu paraguaia, mas foi registrada em Bela Vista cidade distante a um pouco mais de 3 horas e meia de viagem de Campo Grande.

Comecei na música através dos familiares, sendo que a tia é cantora, canta samba, MPB, a Marta Cel. Já havia uma iniciação por aos 15 anos participar do coral da igreja, mais tarde o primeiro impulso veio com quem eu já contei um pedaço de sua vida, aqui nesta coluna, que é o inenarrável Chicão Castro.

Para entender um pouco mais sobre a voz de Karla, permita-me algumas explicações: Certo é que cada pessoa nasce com a capacidade de atingir tons mais agudos ou mais graves, independente das técnicas de respiração, postura ou afinação. Há 6 tipos de extensão vocal, dentre elas, estão suas características:

– Soprano (vozes femininas mais agudas): esse tipo de voz tem certa limitação no alcance de notas mais graves e grande extensão na região aguda;

– Mezzo soprano (notas médias femininas): está entre soprano e contralto, é uma voz feminina mais versátil, apresenta tessitura na região média e tem um timbre encorpado em relação ao soprano;

– Contralto (vozes graves femininas): voz rara e bastante expressiva; há vozes muito marcantes que vão do tom aveludado ao mais pesado;

A partir disto podemos afirmar que a matéria prima da voz é o ar, que entra pelo nossos nariz e boca chegando aos pulmões. A produção do som irá ocorrer no momento da expiração na nossa laringe, que se localiza no pescoço. Lá estão posicionadas as nossas cordas vocais e quando expiramos, a laringe se aproxima de maneira que o ar que está voltando passe pelas cordas e faça com que elas vibrem. A frequência da nossa voz é definida pelo comprimento das nossas pregas vocais

Destarte não podemos esquecer de temas como o enfrentamento do estresse por meio da música. E o resultado de uma pesquisa recente sobre o tema O público-alvo da pesquisa, realizada no ano passado, foram usuários da internet, com aplicação de questionários em redes sociais a 268 participantes na faixa etária de 18 a 63 anos.

Eles responderam perguntas sobre gosto musical, depressão, ansiedade e estresse, além de afetos positivos e negativos. O principal resultado apontado foi a diminuição dos níveis de saúde mental provocada pela música intensa, que inclui os gêneros heavy metal, punk e rock.o efeito da música é cumulativo, podendo aumentar afetos negativos e diminuir afetos positivos. Segundo ele, essa relação foi verificada mesmo controlando importantes fatores para a saúde mental, como o sexo, a idade e o neuroticismo (instabilidade emocional).

Desta feita, o estresse e o estilo de vida modernos estão gerando pessoas cada vez mais ansiosas e depressivas. Em 2025, eu advogo que haverão mais pessoas com transtorno depressivo do que com pressão alta. Com o intuito de ajudar quem sofre de transtornos mentais, a musicoterapia pode atuar de modo a acalmar e a conectar as pessoas ao momento presente, esquecendo as preocupações tão intensas.

Indivíduos com transtorno de humor grave, bipolaridade, esquizofrenia, por exemplo, sofrem muito preconceito, sendo taxados de loucos e incapazes. Eles devem ter tratamento em serviços de atenção específica, como CAPS (centro de atenção psicossocial),e incluir a musicoterapia a fim de que haja união entre o tratamento farmacológico e os demais.

Por derradeiro, dentro do aspecto neurológico, nós temos a área do cérebro responsável pelo canto e a área responsável pela fala. As adaptações que existem são realizadas pela área mais periférica como lábios, língua, palato e laringe. Isto posto, posso afirmar que Karla Coronel, com as bençãos recebidas da mãe para ser cantora, reúne todas estas qualidades em prol da musicalidade. E faz com que as teorias que eu comentei fluam pelo ar como pétalas ao vento, trazendo entretenimento e emoção. Assim, posso tentar explicar, o timbre musical diferenciado de Karla Coronel e o motivo que ele nos enleva, acalma e encanta.

*Articulista

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