O Obubilantismo da Cor por Rosildo Barcellos
Nos ditames da conquista de espaço laborativo, inclusive no se fazer a integração e a inclusão; a violência se opõe à diplomacia e com isso, o indivíduo que consegue controlar seus impulsos são cidadãos denominados pacificadores. Entretanto para se chegar a comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra, houve muita luta. Aliás para se chegar a lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabeleceu que, a partir daquele ano, o dia 20 de novembro, passasse a ser uma data para celebrar o sobredito dia; foi uma luta para se lembrar da luta. Uma vez que foi (considerado) neste dia, no ano de 1695, que Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, depois de buscar a defesa da cultura e da liberdade, morreu em combate, liderando seu povo e sua comunidade. Ressalto que será feriado nacional pela primeira vez devido a lei 14759/2023.
Não há dúvida de que a criação desta data foi muito importante, pois, além de servir como um momento de conscientização sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional serve para a reflexão sobre a colaboração dos africanos, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É certo que o grande debate atual é sobre as alternativas de um desenvolvimento sustentável e a superação dos conflitos étnicos e as desigualdades alinhavadas pela resistência de valores dos povos e fundamentadas no clamor pela equidade.
Justifica-se ser um momento perfeito de buscar a pauta pela discussão de políticas educacionais voltadas à qualificação e preparação dos indivíduos para a vida em sociedade, não somente de indígenas, caboclos, pardos, negros, mulatos, mamelucos e cafuzos, mas discutir o papel da sociedade perante a formação dos adolescentes, neste ambiente, com vistas ao nosso próprio futuro. Estigmatizados descobrem nas drogas e, posteriormente, na violência uma suposta solução para seus conflitos, rancores e penares, multiplicando os seus ais. E as mulheres com sua dupla jornada, nesse pós-pandemia não consegue a devida realocação no mercado de trabalho.
José do Patrocínio, Machado de Assis, João Cândido, Zumbi, Eva Maria de Jesus (Tia Eva); mostraram que, a cor não é fator obnubilador para a convivência igualitária entre os homens.
No Mato Grosso do Sul também grandes nomes como Luís Henrique Corrêa, mestre da radiofonia que atendeu 372 ligações telefônicas em meia hora para um único aparelho telefônico ao vivo no programa show de prêmios na Sociedade Rádio Ponta Porã e foi incluso no Guinness Book como locutor mais rápido do mundo. mesmo diapasão; Aldo José dos Santos, Vereador reeleito em Anastácio/MS, da mesma forma, Ademar Vieira Junior que toca magistralmente o Projeto Alecrim, na capital e João Francisco dos Santos Neto, ex vice–prefeito de Nioaque e mestre da cultura musical no viés sertanejo raiz; Karla Coronel, reconhecida por entregar interpretações emocionantes do jazz ao pop contemporâneo; e Gleice Jane docente atuante em movimentos sociais, e tem como bandeiras de luta os direitos sociais, em sua ampla gama; e que empunha concomitantemente diversas bandeiras defendidas pelos inesquecíveis José Almi Pereira Moura e Amarildo Valdo da Cruz; apenas para citar alguns dos exemplos de “não” esmorecimento, Indubitavelmente, a união, a paz e respeito mútuo são o que devem prevalecer, Independente da classe social e da origem racial, ainda mais no nosso país, onde a miscigenação é a marca do nosso povo. No Brasil o preconceito racial também aponta para o preconceito de classes, por isto não podemos deixar este dia se tornar agenda de eventos; e sim, mais um dia de reflexão, pois a democracia e a paz social, também dependem de um entendimento maior da forma que vivemos as nossas relações de “amor” e “ ódio”.
*Articulista